Acho que tenho motivos para começar a ficar preocupado, já são dois sábados consecutivos a exibir o mesmo roteiro. Mal a noite cai, num pé sujo aqui perto aparece uma cambada de pagodeiros desgraçados. Não fui conferir de perto mas o esquema deles deve ser aquele tradicional: interpretam algumas jóias do nosso cancioneiro popular e depois passam o chapéu entre a distinta audiência. Impossível descrever a raiva que sinto ao ser obrigado a aumentar o volume da televisão, encoberta pelos "Lááá lá laiá laiá laiá Lááá lá laiá laiá..." provenientes do boteco. Neguinho não tá nem aí, manda brasa no pandeiro, no cavaquinho e nessas outras porras que eles tocam e eu não sei o nome. Oh, fuck! Aliás, por que cariocas em geral são tão receptivos a essa espécie de péla-saco? Só pode ser pra fazer jus à fama de povo festeiro. Mas aposto que se eu tentasse ensaiar com uma banda de rock no meio da rua logo ia aparecer alguém protestando. Claro que essa dúvida jamais será dirimida, afinal eu não sei nem batucar uma caixinha de fósforo, quanto mais tocar guitarra. Só digo uma coisa, com essa tortura virando hábito vou passar a considerar mais seriamente a hipótese do suicídio.
Na minha última aquisição, 'Blind', do The Sundays - o som é estilo Cocteau Twins e Mazzy Star, delicada voz feminina em meio a guitarras etéreas; legal, embora não seja pra toda hora - tem uma música cujo verso combina bem com meu atual estado de espírito: Oh well/ Give me an easy life/ And a peaceful death.
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